- E disse-lhes: Ide por todo o mundo,
e pregai o evangelho a toda criatura -
Marcos 16. 15
Ao longo dos
tempos os cristãos têm enxergado aquela famosa frase dos evangelhos sob lentes
diversas. O “Ide” desde o dia em que foi pronunciado por Jesus
não é um comissionamento estático na sua maneira de ser interpretado e praticado.
Por todos esses anos de expansão do Cristianismo a tarefa dada por Jesus tem
sofrido muitas transformações. Quem dá um excelente panorama dessas mudanças de
paradigma ao longo da história é David Bosch em seu livro “Missão Transformadora”. Ali podemos notar o quanto a ideia de
Missão e a prática da mesma é algo condicionado pela consciência de mundo da
época.
Nesse
sentido a Missão já foi um movimento marginalizado e contracultural (pré
Constantino;) já foi um movimento automatizado pelas vias políticas (pós
Constantino); já foi missão coercitiva segundo o modus operandi imperialista e colonialista (Religião Oficial);
também já foi vista como um esforço conjunto com o desenvolvimento da educação
e da legislação política; já teve suas nuanças moralizantes, racionalizantes e
proféticas, inclusive. A tudo isso se agrega ainda (e fundamentalmente) a visão
do Cristo que profere o “Ide”, que
também não é uma figura estática e sofre transformações no decorrer da história.
Pois, ora é o Cristo perseguido e marginalizado, ora é o Cristo imperador e
conquistador (exemplos de polarizações, para dar uma ideia do nível de
dilatação a que se chega nossas compreensões acerca de Cristo e seu Evangelho).
A Missão de
Deus tem uma história e nos enganamos se pensarmos que não somos herdeiros dela,
e, mais ainda, assumimos uma postura alienada quando não considerarmos também os
efeitos desta época em que vivemos na nossa compreensão e prática dela. Nós, evangélicos protestantes da América Latina, inseridos num determinado contexto sócio-econômico, temos chegado ao termo: “Missão Integral”. E, ao que parece, até agora, como articulação missiológica faz bastante sentido para a nossa realidade.
Mas o que nos importa afinal chegar até o "termo" e não ultrapassá-lo? Estruturar nosso pensamento e não pô-lo à prova?
O principal objetivo de nossa Missão, antes de enquadrá-la em categorias mentais acessíveis, é vivenciá-la na prática, de maneira simples como Jesus nos ensinou (e cuja força de ação é o seu amor).
O principal objetivo de nossa Missão, antes de enquadrá-la em categorias mentais acessíveis, é vivenciá-la na prática, de maneira simples como Jesus nos ensinou (e cuja força de ação é o seu amor).
Conceituar Missão ou mesmo torná-la um artigo confessional verbalizado ainda
não é experimentá-la integralmente como Missão, se não houver a sua experiência prática. Por isso nossa reflexão aqui
não tem a ver apenas com a compreensão das coisas, mas também como agimos em
relação a elas. Nosso esforço deverá ser antes de tudo tornar este termo carne, que é o solo da experiência concreta e real com Deus.
Humanizar o termo! Eis aí nossa tarefa!
Humanizar o termo! Eis aí nossa tarefa!
Continua...
(A relexão vale à pena, vamos tratá-la com doses homeopáticas)
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Texto: Thiago de Mattos
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